domingo, 26 de agosto de 2018

Dialética do Prato

- Farol -

Arroz, feijão e batata
Arroz, feijão e batata
Arroz, feijão
Feijão, arroz e prato

- o prato do brasileiro está vazio -

Arroz e feijão é um desvario
batata está em falta
carne é um assalto

Seguro os pratos
Com duas varetas
equilibro dois pratos
vazios

- Farol Aberto -

Nariz vermelho
prato, parto
paisagem de aço

Eu um aprendiz de palhaço 
LUI ET MA PATRIE

Lui, ils est en France
Il est à mon coeur
dans son contexte
plus complèxe
Dans l'existance
de ma patrie brisée
ma patrie, ma pauvre
ma riche 
MA
Lui, il est en France
moi je suis dans lui
complètement
Je suis
De, avec, que
de lui
Il est aussi avec moi
Ses yeux
abaissés sur notre
plat principal
Il est à mon coeur
mon dernière cigarette
ma première flamme
mon incendie
dans une bibliothèque
avec des livres irréversibles
Lui, il est en France
Il est à moi
Je suis de lui
avec la certitude
que ma patrie
c'est un coeur arraché
comme une rose
très rouge
qu'il avait me donné
dans l'été
Mes versets
Arrachés
Comme
un drapeau
Je m'assois
Je m'excuse
C'est promesse
avoir la couleur
des saisons
véritablement
perceptible
dans une maison
de la fortune
dans la grâce
de l'espoir
mon sourire
de la rivière
d'hiver   
d'herbieur
Je me suis
revenue
à mes versets
inutiles
conformistes
Je m'excuse
le rideau
ouvert
Je me cache
derrière
le fauteuil
Je suis le panneau
et le marquer
au foot
et au vidéo
du banlieue


Journalism YOU theory

Five steps to nobody
Five steps to a place
Where lived a place
Inside
Inside questions

Millions steps to nobody
I had to finish school
I had to finish movies
Musics
Downtown trains
And cities
And streets
being a big strike
stake on you
Ever
Ever

So, you don't need more excuses
In one step
I'm out
And alive
And proud

I just want you to know
The little hole in my t-shirt
I just want you to know me

Not by inside
By out side

Touch my kiss
Into the night



Esquadrilho 

Nos telhados 
escoam Araguaias 
Na chuva do dia anterior 
da quarta-feira que vem 
jazem flores 
que brotam do asfalto fértil 
arrancadas dos jardins 
de praias desconhecidas 
há rumores de escavadeiras 
e som de teclados 
tap-tap-tap
Na paulista 
o som do hino aos domingos 
dos daft punks renascidos 
da cerveja importada 
tardia
A preço de banana
eu piso uvas 
e presa a um coqueiro vertical 
dialogo 
com esse ser espiritual 
a cidade de São Paulo 
seus monges, seus fraques
seus frades 
suas bailarinas, suas purpurinas 
seus purpúreos pores de sol 
o corte seco das motos 
com seus malotes 
os motores envenenados 
de gasolina e álcool 
os carros em sua maioria 
estão de porre 
os donos em sua maioria 
estão de alarme 
é fantástico 
os telhados de São Paulo 
escoando a chuva milagrosa 
que não é encontrada no nordeste 
sem nordeste 
sul, centro, oeste, norte 
leme, vela 
barco aceso nos lagos artificiais 
que se comunicam com represas 
e os pássaros 
que reproduzem o som vernáculo 
tubérculo 
das feiras 
As feiras espaço de convergência 
os pinheiros, o vinho 
vou de calças dobradas 
para pisar uvas 
as ceasas 
as mulheres distintas  
respeitadas 
por entrada e saída 
do reino dos fantasmas 
o umbigo dos cães de correntinha 
perfumados 
Voltando aos telhados 
o trem passa e leva um pouco 
do sadismo matinal 
de imaginar umbigos 
espirituais 
e transitar sem véus
no céu 
o céu de São Paulo 
é um troféu 
de um passeio a cavalo 
um torneio 
uma partida de tênis 
uma pelada de futebol 
o céu de São Paulo 
os prédios firmamentos 
as sombras das nuvens 
o laboro 
São Paulo está sempre 
de bom humor 
São Paulo não é bipolar 
São Paulo não é brinquedo 
para um moleque brincar 
 
 

sábado, 30 de julho de 2016

Homens sem tambor

Todas as pessoas usam botas
Estão vestidas para matar
E para morrer
Por ideal nenhum
O ideal é a pátria sem ideais
O propósito
São os mesmos partidos sem fins
E nós
estamos no meio arrancados
e de botas, sol a pino
Solução
para dissolver as mágoas
Numa batida bem forte
Dos tambores de candomblé
Numa saída sem paradeiro
Para uma derrocada fatídica
Nós,
Os homens sem tambor
E sem ideais