terça-feira, 10 de novembro de 2015

Da sua vida pós-baratinhas francesas



A mulher deixou de existir
Seu riso não parece mais que chora
Aquele arranjo que fazia com o cabelo
E todas as horas que prestava a cuidar de mim 

Hoje está cheia de si
E nem se demora mais numa ligação telefônica 

Hoje no diminutivo encontra-se o seu nome 
Numa revista ou página na internet
Mudou de quase tudo
E gosta de mim quase nada
Num reflexo no espelho
Ou numa foto de seios fartos
ainda estão as baratinhas
Mas ninguém sabe porque elas não morrem 

Resistentes que são
como a memória
que tenho delas 

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