Aproveito todo o amor
da adolescência para dizer que te amo
homem do agora
Que fez brotar meus sonetos de
suas partituras
Derramou o mundo aos meus pés
E insistiu que eu nadasse até a outra
minha margem
E depois deu a corda nos relógios
E insistiu que a vida levasse o tempo
Que tinha de levar
Dancei valsa em cima do baião
Tomei gim achando que era tônica
Você me enganou tão bem
Que descobri minhas verdades
Quando decoro um papel eu digo
Que enfeito mais a vida de
desdobramentos
Que missão te amar nessa vida
Nesse papel tão recomendado
Entro no mundo sem pudores
Para dentro
Como num fecho imaginário
Guardada na memória que eu
inventei
de ter sua.
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